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«Não se deve querer fazer uma vez mais aquilo que a Natureza já fez perfeito. Não se deve querer parecer verdadeiro pela imitação das coisas.»
George Braque in «Cahiers de G. Braque»

segunda-feira, 2 de março de 2020

Boletim - Março 2020

58 Encontro Urban Sketchers Açores 29 de Fevereiro Museu militar dos Açores - a água no quotidiano do exército
No último dia do mês de fevereiro realizou-se mais um encontro dos urban sketchers Açores. O museu militar dos Açores foi o local escolhido para mais uma vez se reunir o grupo (bastante numeroso) para desenhar no sitio. Foi no âmbito da Rede de Museus e coleções visitáveis que ocorreu o primeiro de vários encontros, que visa - em estreita colaboração com o Museu Militar dos Açores - um modelo de exposição coletiva que ficará patente ao público de maio a outubro de 2020 no Forte de São Brás. O tema "Agua no quotidiano do exército" serviu de ponto de partida para a amável receção por parte do recente diretor do referido museu, Tenente Coronel Luís Rato.
O elemento Água está presente nas nossas vidas, no nosso dia a dia. O próprio corpo humano é constituído por grande percentagem de água. É um bem essencial que devemos preservar. Desde a higiene à alimentação a água faz parte do nosso quotidiano bem como do exército, como podemos perceber na nossa visita ao Forte de São Brás. Fomos conduzidos à praça das armas onde se encontra uma cisterna feita pelos espanhóis numa zona que antes era rocha, mas que a necessidade de ter água para subsistência levou a que ali fosse construída.
Podemos dizer que é um ex libris da referida praça, daí que seja intenção do museu arranja-la para que futuramente seja visitável. É provavelmente das poucas existentes nos Açores com esta dimensão. Mais de 10 metros de profundidade e de acesso um pouco precário não assustou os presentes que com o seu caderno lá desceram para desenhar. Enquanto os mais intimidados procuravam água para registar. O tema era esse e havia que o fazer. Não faltou água, o mar, o nosso atlântico ali tão perto. Quase se pode dizer que o Forte de São Brás está rodeado de mar por todos os lados. O cheiro a maresia, os barcos de pesca e o vento marítimo alimentavam as mentes dos desenhadores que se inspiravam naquelas janelas e nas ameias de braços abertos para o infinito, para todo aquele meio que nos envolve. Nós ilhéus, vivemos de e para a água. O mar embalou a água que nos acolheu no seu colo ao som da melodia dos romeiros que entoavam a Ave Maria. Cenário único num dia síngular que terminou com imensos desenhos dos urban sketchers Açores.

59 Encontro Urban Sketchers Açores 07 de Março Fábrica de Chá da Gorreana

Finalmente, no passado dia 7 de março, os Urbansketchers Açores  regressaram, à Fábrica de chá da Gorreanauma produtora de chá de primeira classe e de reconhecimento internacional. A visita foi dirigida por Pedro Pascoal de Melo. Para além da formação académica, o nosso anfitrião tem desenvolvidotrabalhos relacionados com a história do chá nos Açores, nomeadamente sobre as fábricas da Mafoma e Gorreana.
Gorreana enquanto plantação, fábrica e museu, é o local idilico para degustar uma chávena de chá ao mesmo tempo que se pode apreciar as máquinas Marshall originais datadas de 1840 ainda em funcionamento na fábrica. 
A visita guiada serviu de incentivo e para "abrir o apetite" aos sketchers ali presentes. Possuidor de grandes conhecimentos o " nosso guia" explicava com sabedoria a história da fábrica e da plantação do chá nos Açores. Entretanto, já se sentiam os cadernos e as tintas a trabalhar. havia muito a desenhar.
Um autêntico museu vivo. Imponentes máquinas com mais de 100 anos de trabalho. Todo o processo de elaboração do chá foi nos explicado, com o aroma do chá a perfumar todo o ambiente.
As paisagens verdejantes, uma vista de cortar a respiração envolviam os presentes que desejavam registar todos os momentos.
Um pormenor muito interessante, e que por coincidência parecia juntar-se ás comemorações do dia da mulher (dia 8 de março) é o facto da fábrica da Gorreana ter estado sempre em mãos de mulheres. conseguimos ver uma marca disto, através de uma gravação em pedra numa das paredes laterais da fábrica, com as iniciais de HPGC 1898 (Hermelinda Pacheco Gago da Câmara). Hoje em dia são as irmãs Madalena e Sara Motta que comandam os destinos da Gorreana, um ex-libris de São Miguel e dos Açores. A mais antiga ,e atualmente única, plantação de chá da Europa, Cultiva-se este produto maravilhoso desde 1883 mantendo desde então as tradições originais do oriente e as qualidades ancestrais há já 5 gerações familiares.
Não há turista que não tenha no seu roteiro a visita à fabrica e a degustação de um aromático chá.
Nós residentes, fazemos da Gorreana quase uma segunda casa. Todo o ambiente acolhedor, o aroma, a paisagem e a paz são como "nossos familiares". Um cenário único, um prazer único, um sabor único, numa ilha verde, cheia de plantações de chá, de trilhos e cascata que envolvem toda aquela zona digna de um paraíso terrestre.


Ana Cristina Zeferino Arruda

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