Pesquisar neste blogue

no local

--------------------------------* OS DESENHOS DESTE BLOGUE RESULTAM DA OBSERVAÇÃO DIRETA E FORAM FEITOS NO LOCAL *

«Não se deve querer fazer uma vez mais aquilo que a Natureza já fez perfeito. Não se deve querer parecer verdadeiro pela imitação das coisas.»
George Braque in «Cahiers de G. Braque»

domingo, 29 de maio de 2022

Na Fajã Grande

 



Na Fajã Grande, sábado, 28 maio 2022
Aguarela sobre papel de aguarela, A4

Passamos o fim de semana juntos. E estes desenhos correspondem ao sábado, quando fomos à Fajã Grande, depois de termos comido um gelado e termos ido ao Parque da Silveira. Um dia cheio. 

SSCristo dos Milagres 2022

Neste caso adicionei cor posteriormente a alguns desenhos e fiz alguns retoques, mas no geral mantive os registos como foram executados “in situ”.

As festas deste ano foram diferentes, o Campo de São Francisco ficou sem comércio e as «barraquinhas» do costume foram empurradas para a Avenida Marginal e forte de São Brás. Separou-se geograficamente o religioso do profano, a própria procissão deixou de abraçar o «desfile social» simplificando a sua composição/ organização, pareceu-me menos hierarquizada. Se nos anos anteriores a imagem não saiu à rua, este ano  aproximou-se das pessoas, exposta no átrio da igreja do Convento da Esperança e em duas vigílias em São José.
E, agora que as festas se aproximam do encerramento, parece que os casos de Covid dispararam exponencialmente...

SSanto Cristo dos Milagres 2022

Gosto de desenhar no sítio porque isso me propõe um entendimento mais profundo daquilo que me rodeia. É também um desafio a captação do instante… com rapidez.

As festas este ano sofreram algumas alterações e contaram com a presença do Cardeal D. José Tolentino de Mendonça, com a sua serenidade e eloquência… Não pude deixar de notar a presença feminina junto à imagem -no átrio da Igreja do Convento da Esperança- em alternância às “opas” da irmandade SSCM.

quarta-feira, 25 de maio de 2022

Na Calheta, São Jorge



Sr. Honório no seu quintal, tarde de 23 maio 2022
Aguarela sobre papel de aguarela, A4

Às vezes não me apetece desenhar e pintar, outras tenho essa vontade enorme, mas não sei o quê. E outras sei exatamente. Eu tinha me proposto fazê-lo porque me soube bem na última vez e porque estava aberta para tal. Hoje de manhã uma preguiça enorme e moinha. Mas de tarde depois de tratar de algumas coisas e falar com o Sr. Honório, vi o a ir tratar do quintal e pensei ter tão poucas imagens dele. Queria ter mais registos e vi ali uma oportunidade. Fui buscar as aguarelas de que degustei e avancei. Comecei por ele, acho que foi querer fixa-lo, antes que se fosse embora ou que começasse a se movimentar muito. Porque no quintal por norma não para muito tempo no mesmo sítio. Teve alturas que que pintava-o numa posição no meu desenho, mas analisando-o noutra, incluindo os dois perfis. E o quintal também fui intercalando com ele, porque tive a necessidade de apanhar as proporções dele com a envolvência. Esteve à volta dos laçarotes no tomateiro e tinha uma navalha ou faca na mão, onde só vi a parte afiada à mostra. Já não sei bem a altura que semeou e plantou os diferentes legumes e vegetais, mas no seu quintal tem cebolas que ainda não estão prontas para se colher, a não ser as suas ramas, o chamado cebolinho; tem os tomates que já estão a crescer a algum tempo, mas não muito, mas mais de um mês quase de certeza; batatas que também são relativamente recentes, aliás a sua plantação mais recente, junto com os nabos (penso eu que o são) - estes tapadinhos com uma rede presa numa grade de madeira; alfaces, já grandes, que foram semeadas depois dos tomateiros e cebolas. Também já tinha couves que revoltou a semear, salsa, muitos espinafres que já usei nas minhas sopas de tomate, cenoura e abóbora; araçaís e diferentes flores à volta do passeio/corredor. Rosas, entre outras, das quais a maioria não sei o nome. De vez em quando vem os pássaros que segundo o Sr. Honório gostam de terra remexida. Mas não é só os pássaros, também os gatos e cães que adoram ir lá fazer as suas necessidades nos montinhos feitos das batatas. Esse quintal ou jardim é muito bom estar presente porque nele vivem e passam inúmeros animais. Houvesse muitas vezes pássaros, eles a cantar. Muitos diferentes. A noite por ser perto do mar, os cagarros. Ouvi-os mesmo agora. Também ouvi a filarmónica que toca algures. Há um sítio de uma aqui perto, na rua de cima, perpendicular à minha, onde provavelmente vem o som dos seus ensaios. E houvesse os carros e motos, pouco, mas às vezes, por ser uma zona central. Não me faz confusão, não é em demasia, não considero um ruído, algo que me incomoda. Ouve-se o vento também. Bem já estou aqui a perder o fio à meada. O desenho resultou em algo muito colorido como o dia que estava. Estava sol e não estava frio. Os dias começam a aquecer.

23:11; segunda feira, 23 maio 2022
PS. O Sr. Honório estava cansado de ir pescar ontem. Levantou-se cedo, pelas 5h, e  às 6h estava a sair para o mar. Levou o dia todo no mar e ainda se magoou. O homem é de ferro e não gosta de ir ao Centro de Saúde. :)




No cais, de tarde, 24 maio 2022
Aguarela sobre papel de aguarela, A4

Tinha estado a pintar um fragmento de uma aguarela no tecido de tela, e mesmo antes, penso eu, estava a propor-me ir ao cais, em vez de deixar-me ficar por casa e não aproveitar o dia. Levei o bloco e as aguarelas, com o resto das coisas e fixei-me na água e nas rochas. Inicialmente, vi o mar e quis o desenhar. Lembrei-me dos trabalhos do David Hockney, na forma como desenhou a água nas piscinas e nas suas fotografias. Avancei. Tinha muitas manchas com contornos bem definidos, em tons sobretudo de verde, castanho e um género de cinza azulado. Tentei captá-lo. Só que tive a necessidade de ter um ponto de referência, nomeadamente as rochas, que foi o que surgiu primeiro. No cais, quando cheguei, não havia ninguém. Entretanto chegou vários autocarros turísticos, cada um por sua vez, e, mais tarde, jovens. Deviam estar no intervalo das aulas, pelo que percebi. Depois do meu desenho, ainda estendi-me na toalha uma nica e logo arranquei para casa, arrumar coisas. Nisso tudo, continuo a sentir-me mais à vontade quando não há pessoas desconhecidas à volta, quando passo despercebida, acho que é mais isso. Mas a verdade é que ninguém interagiu comigo e deixaram-me no meu canto, com a exceção de uma senhora que todos conhecem, que já na sua reforma, percorre a Calheta toda e fala com todos. 

Beijinho
Sara Rocha Silva

terça-feira, 24 de maio de 2022

domingo, 22 de maio de 2022

Fim do dia no Cais





Fim do dia no cais, 21 mai 2022
Aguarelas sobre papel de aguarela, A4

Ontem assisti às Oficinas Singulares, a conversa entre a Prof. Alexandra Baptista e o Arq. Bruno Vieira. Senti-me inspirada com os seus desenhos e com as palavras de ambos. Estava um dia quente e com solinho, mal cheguei a casa, depois de um café, sai para o cais e para minha surpresa as pessoas que estavam nos banhos encontravam-se a se despachar para sair. Tinha chegado o nevoeiro e ameaçava chover, mas não estava frio. Passei por eles, dei uma volta à procura de um sitio para se estar. Na segunda hipótese que foi instantânea por conhecer o espaço, tinham chegado uns pescadores com o seu barco, e daí fui para a terceira hipótese de forma também muito imediata. Procurei conforto. Um sítio que eu gostasse de estar e onde estivesse mais isolada. É uma zona onde já fomos comer, a partir de uma roulotte do outro lado; onde já fomos andar de skate, passear a Nala, entre outras coisas provavelmente que agora não me vêm. Apareceu uma menina num carro, no tejadilho com os braços estendidos a descer a subir, que puxou por mim. Tinha uma camisa amarela e com as cores meio cinzas, azuis e verdes do ambiente parecia ser aquele ponto que fazia toda a diferença, no entanto foi rápido e o tempo de preparar o estaminé foi o suficiente para o carro partir, mas foi o culminar do amarelo no meu desenho, um amarelo quente, dourado, onde flui em diferentes nuances e opacidades, também influenciado pelo nevoeiro que cobria a encosta, passando da direita para a esquerda. Penso que na fotografia não se vê tanto esse efeito, mas no caderno vê se bem esse estado aquoso, onde contornos diluem-se. E quando desenhei comecei por cima, pela linha do horizonte que provinha da encosta, mas com as camadas, onde não esperei propriamente que secassem, fui diluindo esse contorno ou dando mais detalhes, diluindo também o que considerava menos impreciso. Desci pela página e fui dar à arvore, num plano mais próximo. Não era suposto esse frame, mas sim algo mais panorâmico como os desenhos do Bruno Vieira. Era o que pretendia mas eu tenho essa coisa de representar o que vejo por comparação de proporções/ medidas, apesar de também procurar fluidez. 
O segundo foi feito a assegurar a página que secava.  A forma de encadernação do bloco faz com as páginas tenham pouca flexibilidade. Passei a água suja do amarelo anterior e desenhei o cais. Pessoas passavam, entre as quais, registei um homem já com alguma idade, duas raparigas que foram caminhar ao fim do dia, e um cão que também estava a passear com os donos, um pequenote. Umas manchas também que representam o trabalho do Pantónio, uns peixes que supostamente deviam saltar do mar para a fachada e que me fazem associar as imagens, sinais, símbolos e nomes deixados pelos viajantes dos barcos - um género de tags. Antes de situar isso, parti das fachadas verticais para ter como me guiar e fui procurando uma harmonia. A questão do espaço vazio ficou mais assente na esquerda, era onde tinha menos flexibilidade de movimentos. Mas também foi feito tudo com leveza penso eu, até mais do que no anterior penso eu, também a concentração já estava diferente, já estava mais no deixa ir e menor. Resultaram fusões que acho piada; linhas gestuais, apesar do pequeno formato, e até diferentes tipos de mancha e organicismo. Gostei e no fim fui toda contente para casa com o meu saquinho, copinho na mão com o pincelinho, garrafinha de água e caderno.

Foi assim!




quinta-feira, 19 de maio de 2022

Senhor Santo Cristo dos Milagres - Desenhos da Festa - Festivity drawings - Urban Sketchers Açores



É já amanhã a inauguração das luzes. Uma ilustração de incluída no livro "Senhor Santo Cristos dos Milagres - Desenhos da Festa" da autoria de Urban Sketchers Azores. O livro já está disponível na loja online da livraria Letras Lavadas e no Largo da Matriz. O lançamento é no dia 23 de Maio, às 17h00, no Salão Nobre dos Paços do Concelho da Câmara Municipal de Ponta Delgada .




quinta-feira, 12 de maio de 2022

OFICINA SINGULAR #23 | Bruno Vieira

 


À semelhança do desenhar com… esta sessão consiste numa conversa informal - em Livestream - sobre a prática do desenho.

Nesta 23ª sessão convidamos o Bruno Vieira para nos falar da sua abordagem e a desafiar-nos a desenhar - no/ num local - de acordo com o seu modo de ver.

A conversa apresentada em direto no facebook e partilhada no instagram e no nosso canal de Youtube.

Usaremos esta plataforma para que, mensalmente, possamos aproximar praticantes de desenho do País e além fronteiras e partilhar o que se faz em caderno.

Ao finalizar a conversa o nosso convidado lança-nos um desafio que gostaríamos de ver resolvido por todos aqueles que gostam de desenhar em caderno e se sintam estimulados por fazê-lo no local.

Blogue: http://brunovieirairis.blogspot.com/

Facebook: http://brunbrown.wixsite.com/brunovieira/

Instagram: @brunovieira.iris


#oficinassingulares

#Bruno Vieira

@brunovieira.iris

#USkPAzores

#USkPortugal

quarta-feira, 11 de maio de 2022

Noite Europeia dos Museus


No âmbito das celebrações da Noite dos Museus, o Museu Carlos Machado convida-nos a “Explorar o Museu à Noite”, através de uma visita aos seus núcleos onde os participantes são desafiados a desenhar, fotografar ou simplesmente contemplar estes espaços de cultura.    

Dia 14 pelas 21h00 todos os núcleos abrem as suas portas.   

Participa. Traz uma lanterna e os materiais e utensílios de desenho que quiseres.

........................................................................

Ponto de encontro: Núcleo de Santo André

Hora: 21:00h

........................................................................