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--------------------------------* OS DESENHOS DESTE BLOGUE RESULTAM DA OBSERVAÇÃO DIRETA E FORAM FEITOS NO LOCAL *

«Não se deve querer fazer uma vez mais aquilo que a Natureza já fez perfeito. Não se deve querer parecer verdadeiro pela imitação das coisas.»
George Braque in «Cahiers de G. Braque»

quinta-feira, 30 de abril de 2020

A casa sem paredes

Sem paredes ficamos mais próximos do MAR...
(foi a minha resposta à web oficina do Tomás Reis)

30 de abril: Levar à abstração


Decidi repetir um exercício que já tinha feito antes mas desta vez aumentar a escala. O exercício consiste em desenhar automaticamente tudo aquilo que nós vem à cabeça sem excitação. O desenho acaba por ficar uma grande confusão, mas é engraçado tentar percebê-lo e explorar os materiais.

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Objectos como formas escultóricas

AUTOR DESCONHECIDO
Pois o que fiz foi mudar a escala do objeto, conferindo-lhe o «valor» resultante da importância que -atualmente- tem para todos nós. Diverti-me com esta possibilidade.

Objectos como formas escultóricas, 2020

Sara Silva, Objectos como formas escultóricas, 2020
Tinta de esferográfica e marcadores sobre papel, 21 x 27,8 cm

Eu usei as páginas do meu caderno para registar um momento de reflexão. É habitual eu reflectir sobre algo antes de ir dormir, enquanto estou no calor dos cobertores a rebobinar. Lá estava eu falando comigo própria a tentar arranjar significados para uma fotografia de um artista que tinha visto no fim da tarde.  Depois procurei pelo quarto um objecto que pudesse materializar algo. Vi o armário, o qual eu sei o que contêm, mas isolado sem enquadramento poderia suscitar um mistério, guardando coisas, escondidas ao olho se alguém não o decidir abrir. Para além de que ao ter o texto ao lado já ganha uma ponte.
Possso eu ser um armário? Podem as outras pessoas serem armários? Pode ser o que produzimos um armário? Pode ser aquilo que vemos um armário?
No dia seguinte, achei a minha página muito pesada com o branco e preto e blocos, então decidi unifica-las com um fundo azul e com formas geométricas, ao som de música da rádio, talvez porque não quero atribuir tanto peso às coisas.

terça-feira, 28 de abril de 2020

Dia 27 de Abril - objetos como formas escultóricas



Andei distraída. Tinha o desenho sossegadinho no interior do caderno e esqueci-me de o partilhar aqui ontem. Aqui fica a minha versão de objetos esculturas com um dia de atraso 😊

domingo, 26 de abril de 2020

Muro das lamentações (cor fria e quente), 25 de Abril de 2020 ou melhor logo após

Sara Silva, Muro das lamentações (cor fria e quente), 25 de Abril de 2020 ou melhor logo após
Tinta de marcadores sobre papel, 21 x 27,8 cm

O desenho resultou de uma vontade de querer fazer algo sobre o dia 25 de abril e de realizar o desafio do par de cores. Essas cores remetem-me a um cravo laranja comprado no dia 24 de abril de 2020. Há muito tempo que não saia de casa e no dia 24 foi uma nuvem de ar fresco. Acabei por fazer das páginas do caderno um muro de lamentações, talvez uma parvoíce sobretudo nesse dia, mas foi o que foi.

sábado, 25 de abril de 2020

Usei cores quentes e frias para riscar com LIBERDADE

Neste dia em que se comemora a LIBERDADE deixo o meu desenho como resposta ao desafio do Filipe Almeida, o registo ocorreu através de uma linha contínua e ininterrupta - em ambiente cromático frio - porque nos encontramos perante este duradouro confinamento e, embora justificadamente, em contradição com o que outrora conquistámos.

24 abril - desenhar com um par de cores (quente e frio)






É mais difícil do que pensava fazer um desenho com duas cores apenas. De qualquer forma, diverti-me a fazer estes. 


sexta-feira, 24 de abril de 2020

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Teatro de sombras

Imagens a dobrar na sombra

Auto-retrato

Este auto retrato une texturas semelhantes entre os meus traços físicos e gostos pessoais
Durante esta quarentena, resolvi semear túlipas, a minha flor preferida, e pela primeira vez fiz o registo fotográfico das fases de crescimento destas. Aqui vai um exemplar 

Teatro das sombras que me ligam à vida

Um copo vazio de água que já bebi;
Os óculos que me permitem ver o que risco e rabisco e os detalhes que sem ekez são apenas sombras;
Os lápis e canetas que me permitem preencher vazios neste isolamento social
e o carregador do telemóvel, a energia que me preenche quando me ligo aos afectos virtuais.
As sombras do teatro desta vida num palco de quatro paredes.

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Teatro de sombras






As sombras remetem-me sempre para a alegoria da caverna...





21 de abril: Teatro de sombras





Sara Silva, Teatro de sombras, 2020

Levei algum tempo até concretizar algo. Fui para o escritório, recolhi e levei material, olhava para o que estava à minha volta, fiz umas experiências através do desenho e recorte, procurei cola pela casa toda, fui pesquisar coisas na net, voltei para o escritório e vi um pop-up que tinha realizado uma vez num workshop. Cortei cartolinas com medidas que encaixassem no caderno e desenhei e recortei sobre uma, o meu modelo sentado na sala. Depois foi uma questão de dobrar, cortar e montar o meu pop-up. Eu tinha pensado que ele seria a minha personagem no meu jogo das sombras sobre o papel. Depois foi brincar com os focos de luz. As sombras tomam a tonalidade do papel, tornam-se quentes porque é amarelo vibrante. O amarelo contrasta harmonicamente com a cor complementar da figura. As formas das sombras transformam-se e multiplicam-se, gordas ou estreitas num prolongamento das formas da personagem que sobre determinados pontos de vista também nos dão outras formas tal como as sombras mas esta varia consoante a minha posição.

terça-feira, 21 de abril de 2020

#18 Corte e Costura


O biquini que costurei e uma amostra do tecido.

UMA HISTÓRIA SILENCIOSA


Dia
Consegui, consegui responder atempadamente ao desafio proposto pela Ketta Linhares na sua weboficina. Obrigada, achei magnífico.

21 de abril: teatro de sombras




A quarentena fará de mim uma chef


Dia 21 - Teatro de sombras







Aqui fica a minha versão do teatro de sombras. 

segunda-feira, 20 de abril de 2020

(a)Riscar o Património Literário


Tempos excepcionais exigem atitudes excepcionais. O projecto (a)Riscar o Património continua, num registo diferente – já que estamos a viver uma época diferente – mas sempre com o mesmo propósito de desafiar, de interpelar, e de representar o mundo através do desenho. E, porque continuamos activos apesar de confinados, porque vivemos dias arriscados nunca antes vividos, vamos trazer o risco para dentro de casa numa proposta do (a)Riscar o Património.
Desta vez não nos vamos encontrar numa cidade, vila ou localidade de Portugal. O tema para este “encontro”, em que, apesar do isolamento social mantemos e acarinhamos os elementos que nos unem – o desenho, o património, a vida – é (a)Riscar o Património Literário. A literatura, quer pelo seu elo a lugares e sítios – imaginados ou reais – quer pela sua capacidade de transcender a realidade, possibilita infindáveis representações gráficas. Assim, pedimos a todos que, confinados à vossa casa, escolham uma ou duas obras literárias que considerem marcantes – um romance, um poema, um conto ou ensaio – e desenhem um objecto, uma cena, a paisagem possível, uma personagem, ou algo que vos remeta para o universo desse livro.
Pretende-se que os trabalhos resultantes sejam feitos a partir de desenhos à vista.
Como habitualmente, os desenhos devem ser enviados digitalizados em JPG ou PNG, com um máximo de resolução de 300dpis, sem ultrapassarem os 2M, para os endereços de e-mail mbotto@dgpc.pt e jalves@dgpc.pt até dia 8 de Maio de 2020. Naturalmente, a utilização de originais ou imagens será sempre com autorização dos autores, cuja identidade será preservada, e para os devidos fins.
Os trabalhos que daqui resultarem, fascinantes sem dúvida pelas múltiplas leituras que proporcionarão, farão parte de uma exposição itinerante dedicada ao tema e ao momento único vivido em todo o mundo. Farão parte também de uma edição impressa que será preparada posteriormente. Ainda estão pensados encontros à volta desta iniciativa, em que os desenhadores serão convidados a falar um pouco dos desenhos que criaram para este desafio, das técnicas que utilizaram, e a razão por terem escolhido aquelas obras literárias. Eventualmente, estes encontros contarão com a participação de alguns nomes ligados à literatura.
Porque a distância pode ser quebrada, e a Arte é uma ponte que nos une, vamos (a)Riscar o Património Literário.

Corte e Costura

A partir de agora o uso da máscara passa a ser essencial, é uma forma de nos protegermos e aos outros. Existem imensos moldes e formas de as fazer. Basta uma dose de criatividade ou bom gosto na escolha dos padrões e este objeto converte-se numa peça do nosso vestuário.

domingo, 19 de abril de 2020

A Vista da Minha Varanda

Em tempo de quarentena sinto-me obrigada a olhar mais para o que rodeia a minha casa e na verdade acho a vista da minha varanda muito bonita com o monte no fundo

Corte e costura

Utensílios de corte e costura e uma página recortada cosida a outra.

Corte e costura

Tecidos e materiais que utilizo ao criar patch-work. Desenhado directamente com caneta e um pouco de aguarela para dar algum colorido.

Corte e costura

Corte e costura - relembrar as máquinas de outros tempos.

Aproximação

Cá estou eu a tentar responder ao desafio do Nelson Paciência, não quis deixar de participar. Os dias têm sido de intenso trabalho, sem tempo para «estar» e soube-me muito bem a parte da aproximação.

sábado, 18 de abril de 2020

18 de abril: corte e costura



Ultimamente o trabalho de Alexander McQueen tem me interessado imenso e finalmente consegui perceber o quão realmente bom designer ele era. Um dos primeiros que conseguia conjugar a moda e a arte, tornando os seus desfiles em autênticas performances, tornando-o num dos designers mais conhecido de todos os tempos. Decidi desenhar algumas “peças-chave” dos seus primeiros desfiles de moda, que acabam por resumir cada um e que reforçam o individualismo do estilista.

18 de abril; Corte e costura





Sara Silva, Corte e costura, 2020
Linha, tinta de marcador e esferográfica sobre papel, 27,8 x 21 cm

Tive a ideia de usar a linha como se tivesse a costurar o papel. À medida que ia definindo o seu percurso, ia fazendo buraquinhos com a agulha, agredindo-o. E quando passava a linha, se acentuava a agressão. Foi um processo lento, porque foi a primeira vez que fiz algo do género e não queria que rompesse ou os buraquinhos se unissem. Não pude exercer muita força. Em todo o caso, chegou a romper e no olho assumi o buraco aumentando-o. Até gosto porque posso usar a folha como layer.

Estava escurecendo e estava um azul luminoso lá fora, encostei à janela e deu umas cores bonitas ao desenho. 

Em relação aos modelos, tive sorte porque não se mexeram muito, ou seja, pude jogar com calma, mesmo havendo variações de poses ou o surgimento de uma nova figura depois de tê-lo começado.

Também quando virava a página, espreitava os resultados dos versos, no outro lado do espelho.

Quando digitalizei, coloquei a folha à frente do ecrã do portátil e vi os buraquinhos iluminados como uma constelação e linhas do verso, até se vê uma linha que resultou de um pulo maior.