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--------------------------------* OS DESENHOS DESTE BLOGUE RESULTAM DA OBSERVAÇÃO DIRETA E FORAM FEITOS NO LOCAL *
«Não se deve querer fazer uma vez mais aquilo que a Natureza já fez perfeito. Não se deve querer parecer verdadeiro pela imitação das coisas.»
George Braque in «Cahiers de G. Braque»
domingo, 31 de maio de 2020
em tons de verde
Saí de casa à procura dos tons de verde mais apaziguadores que conheço... comigo não levei muitos e tive alguma dificuldade em fazer juz à paisagem com os recursos que levei.
A parte boa da notícia
Estou desanimada e sem vontade de ler ou ver noticias, confesso. Não sabia, por isso o que representar.
Entretanto andava no carro e lembrava-me de uma publicação que tinha visto no Facebook há uns dias que dizia que se estamos confusos é porque estamos bem informados. Pois, se assim for - pensava, eu - não sei o que será melhor: se estar confusa, se mal informada. Enquanto pensava nisso, ouvia esta notícia na rádio do carro.
Entretanto andava no carro e lembrava-me de uma publicação que tinha visto no Facebook há uns dias que dizia que se estamos confusos é porque estamos bem informados. Pois, se assim for - pensava, eu - não sei o que será melhor: se estar confusa, se mal informada. Enquanto pensava nisso, ouvia esta notícia na rádio do carro.
Em tons de verde
Plantas, plantas e mais plantas. Agora que estou numa casa de campo, não consigo se não desenhar plantas.
quinta-feira, 28 de maio de 2020
Moldura, quadro e enquadramento, 2020
Sara Rocha Silva, Moldura, quadro e enquadramento, 2020
Tinta de marcador e acrílico sobre papel, 27,8 x 21 cm
Gostei de ver uma nova constelação na folha, os pontinhos, talvez, sinais de pausas que não foram pausas. Envolvi-os de negro óxido de ferro. O céu na folha fez-me olhar para o manto nocturno, um céu com estrelas cobertas. Fiz uma cor depois de olhar e reolhar para ele, tentando identificar tons: um pouco de negro fumo, magenta, amarelo, azul cerúleo e ciano, sendo o negro o dobro da quantidade.
Lembrei-me de fazer um rectângulo ou quadrado como uma caixa, onde se põe a mão no desconhecido ou como uma área limitada pelo que interpelasse entre mim e o fundo. Quando olhei para o manto, eu estava dentro de uma caixa iluminada. Comecei por mãos à obra, mas ainda tinha pontinhos e não os quis esconder, porque acho os bonitos. Ultimamente quando olho para as estrelas, recordo-me de uma frase de Van Gogh que estava na entrada de uma exposição. Dizia ele que olhar para as estrelas, fazia-o sonhar. Ou na ideia de glorificação, de infinito e desconhecido.
Moldura, quadro e enquadramento | Em tons de verde, 2020
Tinta de marcadores e acrílico sobre papel, 27,8 x 21 cm
Dois exercícios num.
segunda-feira, 25 de maio de 2020
Moldura, quadro e enquadramento
Passei da quarentena num cubiculo com uma pequena varanda em Lisboa para uma quarentena numa casa de campo no Algarve. Sinto-me muito melhor e celebro-o através das representações que vou fazendo.
Assim sendo, de forma a responder ao desafio mantendo a minha apreciação pelo exterior, decidi fazer uma pequena moldura em papel e desenhar o cenário por ela enquadrado.
Tive que fazê-lo na praia, já que passei grande parte do meu fim-de-semana nela.
Deixo, por isso, aqui uma imagem minha, da praia, e dos 30 graus celsius que ontem se fizeram sentir.
Super-heróis
Como nos fomos mantendo em isolamento, nem sempre nos apercebemos do esforço tremendo que todo o pessoal ligado à saúde fez para nos garantir a segurança. Os enfermeiros em particular, têm sido extraordinários defensores da saúde pública. São trabalhadores dedicados e de risco, muitos distanciam-se dos familiares de modo a assegurar que nada lhes aconteça. E lá vão eles, prontos a ajudar.
Deixando de parte a politiquice, esta pandemia impôs desafios dificeis e muitos sacrifícios a todos, revelaram-se ainda, as grandes PESSOAS, aquelas que são capazes de agir em prol da COMUNIDADE e da REGIÃO, a elas também, o meu humilde e reconhecido agradecimento.
domingo, 24 de maio de 2020
Moldura, quadro e enquadramento
Nos dias que correm todos os enquadramentos ou encaixes prendem-se de alguma forma às «janelas de isolamento». Umas vezes vemos as pessoas que estão do outro lado, outras não. Para mim - apesar de gostar de tecnologia - é muito estranho e impessoal quando interajo com «bolas-sem rosto»... umas vezes por razões técnicas, outras porque é moda e outras porque sim.
Fui espalhando pelo chão os desenhos que fiz numa das sessões do Meet e misturei-os com outros, também do quotidiano, para poder compor o «quadro». A moldura, pensei deixá-la branca.
sexta-feira, 22 de maio de 2020
Fantasiar...
Mais/ menos um dia, 2020
Sara Silva, S/ título, 2020
Lãs, tinta de marcadores, esferográfica e acrílico sobre e entre papel, 21 x 27,8 cm
Um registo do teletrabalho de quem está no exterior observando. Coloquei uma foto do após e outra posterior, porque achei curioso as linhas de lã ganharem um aspecto tosco, espalmadas, com o virar das páginas (onde se seguiram e seguem novos registos) e fechamento do caderno.
Noutro, os meus modelos do costumo. Uma nuvem fragmentada de cores que originou um rio, onde flutuam as personagens, num leito com margens de roxo e verde que fazem-me associar a um pântano com pedras amarelas, de ouro. E um verde extendido pelo rosto como uma máscara, um verde que associo à natureza, talvez inconscientemente a ideia do super herói se afirmou ou até de uma ligação com a mãe e a natureza. Não sei. Num desenho de uma urban, eu vi uma afirmação sobre todos nós sermos heróis. Há em cada um algo que aprecio. Somos super heróis e vilões, ou não?!
Super Herói
Sei que estou sempre a representar plantas, mas quando vi que o desafio consistia em desenhar um super herói, não consegui pensar em outra coisa.
Estou agora a ler o livro A Revolução das Plantas de Stefano Mancuso e a cada página, o meu espanto e admiração em relação às plantas apenas aumenta. Os seus mecanismos extraordinários - únicos entre os seres vivos - e capacidade de sobrevivência invejável, ainda que condicionadas à imobilidade que as caracteriza são, de veras, impressionantes.
Em adição, no livro, mais do que uma vez, é referida a interdependência entre seres vivos, particularmente entre a espécie humana e as plantas.
Dependemos fortemente delas para sobreviver, ainda que muitas pessoas parecem já o ter esquecido ... ou nunca o souberam ...
De qualquer dos modos, são, sem dúvida, as minhas super heroinas! (Ainda mais por serem, tantas vezes, subestimadas).
quinta-feira, 21 de maio de 2020
quarta-feira, 20 de maio de 2020
Fantasia e opostos, 2020
Tinta de esferográfica e marcadores sobre papel, 27,9 x 21 cm
Um desenho que estava no meu caderno há alguns dias. Outro, onde brinquei com figuras espalhadas pela casa (bonecos de viagens, figuras humanas presentes em fotografias e ao vivo, concha e candeeiro) de uma forma compositiva aleatória pela página e criando uma envolvência pela cor e gesto. Acho que remete a uma fantasia, mas ainda quero fazer mais experiências.
Nas últimas páginas joguei sobretudo com a linha e com os opostos, num género de colagem.
terça-feira, 19 de maio de 2020
segunda-feira, 18 de maio de 2020
domingo, 17 de maio de 2020
Tapeçaria «luminescente»
Fui novamente - munida de máscara - espreitar o campo de São Francisco levando comigo poucos utensílios de desenho e um caderno relativamente pequeno. Após esta experiência, que me comprimiu no âmago, fui incapaz de jantar e assim, deixo aqui os desenhos (com lápis de cor) que cumprem o desafio deste dia: «lápis de cor para o jantar».
sábado, 16 de maio de 2020
Contrastes


Nesta altura todos compreendemos que nos é pedido um esforço global que destoa com tudo o que tenhamos, até aqui, vivido. A atualidade remete-nos para o isolamento e para a interioridade como se não fossemos animais reflexivos ou instrospetivos. Somos pessoas, somos mamíferos e é da nossa natureza manifestarmo-nos nem que seja em silêncio. Contrastando com os anos anteriores, o dia de hoje no Campo de São Francisco encharca-se de solidão, deixando apenas no silêncio o mote da partilha. Enquanto os carros vão passando lentamente ao redor da praça algumas pessoas aparecem como «salpicos» de cor numa tela por pintar, estabelecendo entre si uma cumplicidade comovente, muitas depositam as suas preces, flores ou velas à porta da Igreja com sentir de Esperança e afastam-se sabiamente.
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