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«Não se deve querer fazer uma vez mais aquilo que a Natureza já fez perfeito. Não se deve querer parecer verdadeiro pela imitação das coisas.»
George Braque in «Cahiers de G. Braque»

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Moldura, quadro e enquadramento, 2020





Sara Rocha Silva, Moldura, quadro e enquadramento, 2020
Tinta de marcador e acrílico sobre papel, 27,8 x 21 cm

Gostei de ver uma nova constelação na folha, os pontinhos, talvez, sinais de pausas que não foram pausas. Envolvi-os de negro óxido de ferro. O céu na folha fez-me olhar para o manto nocturno, um céu com estrelas cobertas. Fiz uma cor depois de olhar e reolhar para ele, tentando identificar tons: um pouco de negro fumo, magenta, amarelo, azul cerúleo e ciano, sendo o negro o dobro da quantidade. 
Lembrei-me de fazer um rectângulo ou quadrado como uma caixa, onde se põe a mão no desconhecido ou como uma área limitada pelo que interpelasse entre mim e o fundo. Quando olhei para o manto, eu estava dentro de uma caixa iluminada. Comecei por mãos à obra, mas ainda tinha pontinhos e não os quis esconder, porque acho os bonitos. Ultimamente quando olho para as estrelas, recordo-me de uma frase de Van Gogh que estava na entrada de uma exposição. Dizia ele que olhar para as estrelas, fazia-o sonhar. Ou na ideia de glorificação, de infinito e desconhecido.

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