Sara Silva, Objectos como formas escultóricas, 2020
Tinta de esferográfica e marcadores sobre papel, 21 x 27,8 cm
Eu usei as páginas do meu caderno para registar um momento de reflexão. É habitual eu reflectir sobre algo antes de ir dormir, enquanto estou no calor dos cobertores a rebobinar. Lá estava eu falando comigo própria a tentar arranjar significados para uma fotografia de um artista que tinha visto no fim da tarde. Depois procurei pelo quarto um objecto que pudesse materializar algo. Vi o armário, o qual eu sei o que contêm, mas isolado sem enquadramento poderia suscitar um mistério, guardando coisas, escondidas ao olho se alguém não o decidir abrir. Para além de que ao ter o texto ao lado já ganha uma ponte.
Possso eu ser um armário? Podem as outras pessoas serem armários? Pode ser o que produzimos um armário? Pode ser aquilo que vemos um armário?
No dia seguinte, achei a minha página muito pesada com o branco e preto e blocos, então decidi unifica-las com um fundo azul e com formas geométricas, ao som de música da rádio, talvez porque não quero atribuir tanto peso às coisas.
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«Não se deve querer fazer uma vez mais aquilo que a Natureza já fez perfeito. Não se deve querer parecer verdadeiro pela imitação das coisas.»
George Braque in «Cahiers de G. Braque»
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1 comentário:
Gosto da dupla página, conseguiste equilibrá-la sem perder uma certa tensão existente.
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