Recebi num dos meus aniversários uma caneta de tinta permanente da KAWECO. Nem conhecia esta marca mas, a minha sogra, como sabe que eu gosto de receber presentes que me permitam criar, vai sempre oferecendo materiais e disse-me que tinha conhecimento que eram boas canetas. Ainda tenho que descobrir como arranjar mais cartuchos desta tinta porque o que descobri com elas, além de serem realmente muito confortáveis para desenhar, a tinta não é à prova de água e tem um tom de azul que iguala a azulejaria portuguesa e deixou-me com vontade de explorar os diferentes tons de azul criados com aguadas.
Um dos meus grandes desafios sãos as formas que a água toma, transparências, espuma, nuvens, fumos, densidades, superfície...etc. Não sei se será assim que nos podemos referir a este assunto mas, são os nomes que a minha cabeça lhes atribui.
O mar, que nos rodeia nestas ilhas onde vivo, tem tudo menos o cheiro do iodo. E se, uns dias está azul indigo, outros está turquesa e por vezes até cinzento. Nesta diferença de cores encontro diferença nos seus estados: calmo, revolto, encarneirado e sempre, sempre, anseio por saber representá-lo. Fico em estado meditativo e procuro encontrar na minha memória o cheiro do mar da praia continental que me viu crescer, Santa Cruz.
Estes desenhos foram feitos em dois dias diferentes, na costa norte da ilha de são miguel: Ribeira Grande e praia de Santa Bárbara.
Boa Páscoa! Confinem-se sem desgosto e agarrem-se a esses cadernos.
Vanessa
Estudo escolhido, consegui perceber a intensidade de cor debaixo da espuma e que provoca o contraste do branco da espuma das ondas. Trabalho de claro/escuro com caneta aguarelada.
1 comentário:
Faz mesmo lembrar as pinturas em azulejo tradicionais.
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