Tinta esferográfica sobre papel, 148 x 210 mm
Hoje foi o reencontro dos urban sketchers no anfiteatro das Portas do Mar. Foi muito giro e fiquei bastante surpreendida. A ideia da panorâmica era algo que já me atraia, tendo em conta o lugar que era, no entanto só me apercebi que tinha ido poucas vezes ao cimo, quando estava a caminho, a avistá-lo de longe. O dia está óptimo e o mar estava um rio. Quando vi todos sobre o parapeito da janela panorâmica, eu pensei que se fosse desenhar dali seria mais um enquadramento semelhante a todos os outros, depois desfiz-me dessa ideia, pois cada um vai desenhar de forma diferente. As suas escolhas e outros vão dar corpo aos seus registos. Entretanto comecei a olhar para a linha do horizonte e vi uma subtil curva, em vez de uma linha recta como por norma tendemos a fazer. Lembrei-me de um sketcher que usa a perspectiva do olho de peixe. Acho que é assim que se chama e não me recordo do nome do senhor. Talvez Prescópio ou algo do género. Não sei. Desenhei a linha e daí comecei num jogo de proporções e claro-escuro acentuado, sem meios tons, sendo fiel ao que observava. Não cheguei a seguir a ideia inicial de fazer tudo o que avistava pela janela, contudo ainda pôs a hipótese de seguir no verso e páginas seguintes. O que acabei por não completar. Quem sabe não continuo seguindo a linha de horizonte nos próximos.
Tem algo que também marcou-me o encontro: senti uma presença de alguém próximo e comecei a pensar no covid. Ainda convivo com pensamentos desses, não só ocorreu hoje como noutros dias. Ainda me preocupa, no entanto tento seguir com alguma normalidade e levar de espírito mais leve, sentindo-me por vezes tola por pensar nisso e por ver todos descontraídos.
3 comentários:
gostei do encontro e como pudemos ver os olhares distinguiram- se como sempre, o que é bom. Gosto desta simplicidade.
Quanto à descontração é que me parece estivemos descontraídos “qb”, apesar do ar livre estávamos todos de máscara e a uma certa distância sem beijos e abraços... O dia foi lindo.
Sim. Seguimos as precauções, mas mesmo assim às vezes o medo vem ao de cima. Levamos muito tempo isolados. Sinto isso em vários lugares, mesmo onde não há casos de covid. Também achei muito bom estarmos todos reunidos a fazermos o que gostamos.
Se deixarmos que o medo tome conta da situação ficaremos anti-sociais, não somos naturalmente assim.
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