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«Não se deve querer fazer uma vez mais aquilo que a Natureza já fez perfeito. Não se deve querer parecer verdadeiro pela imitação das coisas.»
George Braque in «Cahiers de G. Braque»

sábado, 22 de agosto de 2020

60º Encontro de Diários Gráficos | Anfiteatro das Portas do Mar | Em busca de uma vista panorâmica | 22-08-2020



Sara Silva, Do Anfiteatro das Portas do Mar, 12:39, 22-08-2020
Tinta esferográfica sobre papel, 148 x 210 mm


Hoje foi o reencontro dos urban sketchers no anfiteatro das Portas do Mar. Foi muito giro e fiquei bastante surpreendida. A ideia da panorâmica era algo que já me atraia, tendo em conta o lugar que era, no entanto só me apercebi que tinha ido poucas vezes ao cimo, quando estava a caminho, a avistá-lo de longe. O dia está óptimo e o mar estava um rio. Quando vi todos sobre o parapeito da janela panorâmica, eu pensei que se fosse desenhar dali seria mais um enquadramento semelhante a todos os outros, depois desfiz-me dessa ideia, pois cada um vai desenhar de forma diferente. As suas escolhas e outros vão dar corpo aos seus registos. Entretanto comecei a olhar para a linha do horizonte e vi uma subtil curva, em vez de uma linha recta como por norma tendemos a fazer. Lembrei-me de um sketcher que usa a perspectiva do olho de peixe. Acho que é assim que se chama e não me recordo do nome do senhor. Talvez Prescópio ou algo do género. Não sei. Desenhei a linha e daí comecei num jogo de proporções e claro-escuro acentuado, sem meios tons, sendo fiel ao que observava. Não cheguei a seguir a ideia inicial de fazer tudo o que avistava pela janela, contudo ainda pôs a hipótese de seguir no verso e páginas seguintes. O que acabei por não completar. Quem sabe não continuo seguindo a linha de horizonte nos próximos. 
Tem algo que também marcou-me o encontro: senti uma presença de alguém próximo e comecei a pensar no covid. Ainda convivo com pensamentos desses, não só ocorreu hoje como noutros dias. Ainda me preocupa, no entanto tento seguir com alguma normalidade e levar de espírito mais leve, sentindo-me por vezes tola por pensar nisso e por ver todos descontraídos.


3 comentários:

Alexandra Baptista disse...

gostei do encontro e como pudemos ver os olhares distinguiram- se como sempre, o que é bom. Gosto desta simplicidade.
Quanto à descontração é que me parece estivemos descontraídos “qb”, apesar do ar livre estávamos todos de máscara e a uma certa distância sem beijos e abraços... O dia foi lindo.

Sara Rocha Silva disse...

Sim. Seguimos as precauções, mas mesmo assim às vezes o medo vem ao de cima. Levamos muito tempo isolados. Sinto isso em vários lugares, mesmo onde não há casos de covid. Também achei muito bom estarmos todos reunidos a fazermos o que gostamos.

Alexandra Baptista disse...

Se deixarmos que o medo tome conta da situação ficaremos anti-sociais, não somos naturalmente assim.