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«Não se deve querer fazer uma vez mais aquilo que a Natureza já fez perfeito. Não se deve querer parecer verdadeiro pela imitação das coisas.»
George Braque in «Cahiers de G. Braque»

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

54º encontro de desenho em cadernos | Urban Sketchers Açores Desenhar na Torre de Controlo de espaço Aéreo- NAV


26/10/2019

54º encontro de desenho em cadernos | Urban Sketchers Açores Desenhar na Torre de Controlo de espaço Aéreo- NAV

Debaixo de um olhar cinzento abraçado por nuvens assopradas de um vento atlântico a dar as boas vindas à tempestade tropical “Pablo” fomos amavelmente recebidos com honras de casa pelo chefe do Controle de espaço Aéreo- NAV.

Ainda um pouco ensonados, estado próprio de uma tão desejada manhã de sábado, em que o físico e o psíquico já tanto anseiam por um bom descanso após uma semana de trabalho, fomos convidados a subir quatro escadas até chegarmos à tal sala. A sala onde tudo se passa, onde se faz o controlo aéreo das partidas e chegadas.
O sentimento, atrevo-me a dizer foi unânime entre os muitos participantes. “Uau “que vista. Um olhar e uma perspetiva única sobre toda a pista. Como fundo de pano sempre o nosso mar. Hoje com uma cor mais cinzenta a combinar com as nuvens, mas como sempre uma pintura digna de um grande artista. Vislumbra-se igualmente parte da cidade que muito cresceu para os arredores com construções modernas. Lá ao longe conseguimos alcançar duas imponentes araucárias e alguns montes verdes a lembrar que estamos na ilha. Aqui temos mesmo a noção de sermos ilhéus. Uma pequena porção de terra rodeada de mar por todos os lados.
Com muita atenção e paciência o nosso anfitrião explicou-nos o conteúdo e funcionamento da torre.
Parecia que eramos personagens de um filme sobre aviação.

Todo o teto repleto de réplicas de aviões pequenos, simbolizando a Sata, TAP, Rynair, entre outras companhias.



Uma sala repleta de tecnologia com muitos ecrãs, mapas, computadores, luzes, bússolas, etc.
Um trabalho de equipa geralmente com dois funcionários, divididos por três turnos.
O inglês ouve-se entre as comunicações estabelecidas com a torre e os comandantes.
A adrenalina é uma constante entre essas quatro paredes. No verão, em especial nos últimos dois anos, o intenso tráfego aéreo, e no inverno as adversidades atmosféricas. Sempre atentados e preocupados com a segurança de todos.
Ao longe, e já com algum nevoeiro a abater-se sobre a pista e a chuva a marcar a sua presença, vê-se uma Sata (a mais pequena) a aproximar-se à pista. Cá de cima a sensação é outra.
Até parece que estamos a ajudar o avião, a dar-lhe uma mão.
O aeroporto é um espaço único e marcante na vida de todos nós, em especial dos ilhéus. O avião é o meio mais usado para podermos sair do “nosso cativeiro” para o exterior.
É a porta de entrada e saída para o mundo. Quem não tem histórias para contar/recordar do aeroporto?
Chegadas e partidas dos nossos emigrantes e familiares. Lágrimas e abraços de alegria no momento de chegada, transformadas em tristeza e saudade no momento do adeus.
E é assim a vida. Como um aeroporto.
Feito de chegadas e partidas, de alegrias e tristezas, de lágrimas e sorrisos.
É uma viagem nos céus que ora estão azuis ou cinzentos, mas que acaba sempre por levar a uma aterragem que se deseja que seja segura e serena.


Desenhos: Pedro Arruda | Texto: Ana Cristina Arruda

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