Desenhar literalmente, em cima de um vulcão adormecido, não é para todos, só para quem tem a audácia de sangrar o basalto negro, quem espera pela bela aurora e quem deixa pousar seus pés, no terreiro. Assim nos fazemos Ilha! Aqui fica, os registos interpretativos de uma manhã bem passada, de exercício físico + cultura + arte+ socialização e contemplação. Não há fotografia alguma que pudesse substituir o sentir ao ver a mudança atmosférica, de minuto a minuto, como se os raios de luz e reflexos estivessem numa dança de humores diversos. Por isso ao olhá-la, desenhei ao som dessa música, que em baixo se espraia:
"Ainda sinto os pés no terreiro / Onde os meus avós bailavam o pezinho / A bela Aurora e a Sapateia /É que nas veias corre-me basalto negro / E na lembrança vulcões e terramotos / Por isso é que eu sou das ilhas de bruma / Onde as gaivotas vão beijar a terra / Se no olhar trago a dolência das ondas / O olhar é a doçura das lagoas / É que trago a ternura das hortênsias / No coração a ardência das caldeiras / É que nas veias corre-me basalto negro / No coração a ardência das caldeiras / O mar imenso me enche a alma / E tenho verde, tanto verde a indicar-me a esperança"
- Ilhas de Bruma, Manuel de Medeiros Ferreira
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2 comentários:
Grande começo, parabéns Lídia!
uaauu que lindo! Parabéns :)
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